sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Cordel: por que e para que trabalhar em sala de aula




Proponho o trabalho com a Literatura de Cordel em sala de aula
como forma de despertar o senso crítico do aluno, bem como sua capacidade de
observação da realidade social, histórica, política e econômica, principalmente na
região Nordeste, por ser onde nós vivemos, assim como pelo fato de ser esse o local
do nosso país em que essa manifestação popular encontrou maior facilidade de propagação.
Justamente por refletir claramente a individualidade da língua, incluindo-se aí
as variedades lingüísticas fartamente encontradas no Nordeste brasileiro.
ALÉM DA BELEZA E DA RIMA
A Literatura de Cordel faz parte do romanceiro popular do Nordeste e teve
sua origem nos romances portugueses em versos, os quais surgiram em sua expressão
oral, sendo depois passados para a escrita. Foi nessa região, local de menor
letramento e de acesso mais difícil à imprensa, que o Cordel, essas narrativas em
versos impressas em papel simples e penduradas num barbante, conhecido como
cordel, encontrou terreno mais fértil para se propagar.
NA SALA DE AULA
Para o professor que pretende trabalhar com a diversidade de gêneros em sala
de aula, é fundamental distinguir em qual categoria seu objeto de trabalho deve se
encaixar, a fim de que se torne mais fácil extrair o material lingüístico de que
necessita. No caso da Literatura de Cordel, é perfeitamente clara a sua classificação nos gêneros secundários, baseada no fato de que há toda uma estrutura complexa e elaborada.A escola entra nesse ponto como veículo capaz de levar os alunos a entrar em contato com o maior número possível de gêneros textuais, fazendo com que eles sejam não somente ferramenta de comunicação, mas também objeto de ensino-aprendizagem. Dessa forma, o texto de cordel pode ser usado como um meio, um
recurso a mais para a interlocução do aluno com a sociedade. O cuidado que se deve
ter é de apenas não tomar esse trabalho na escola como um mero pretexto para uma
abordagem puramente gramatical ou mesmo literária, mas sim discuti-lo em toda a
sua riqueza, que envolve não só as questões acima mas também contextuais, o que
serve de ponto de partida para a discussão dos problemas sociais, históricos, políticos e econômicos do nosso país.

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